sexta-feira, 9 de julho de 2010

Doenças hereditárias

Ola, gente!
Pedimos desculpas pelo atraso da nossa última postagem, andamos ocupadas e com alguns contratempos, mas sempre atualizamos!
Continuando a falar sobre os principais tipos de patogênias e patologias relacionadas ao sistema imunologico de fetos e neonatos, hoje daremos início ao tópico de doenças hereditárias.
Doença hereditária é toda e qualquer doença transmitida genéticamente de pai para filho, ou de geração para geração, já que nem toda doença tem transmissão direta (ou dominante).
Dentre as doenças hereditárias mais comuns, podemos citar a catarata. A catarata é uma doença comum a todas as raças, principalmente em animais mais velhos e/ou com diabetes, porém quando ocorre em animais jovens normalmente tem origem hereditária.
Ela é caracterizada pelo endurecimento da lente, que altera a transparência da mesma, dificultando a visão.

Animal com catarata: doença hereditária comum.

Por falar em diabetes, a diabetes mellitus do tipo 1 é outro exemplo de doença hereditária, caracterizada pela disfunção da produção de insulina pancreática.
Outros bons exemplos de doenças hereditárias são o ectrópio e entrópio são doenças relacionadas à alteração da pálpebra, normalmente a inferior. No primeiro caso, a pálpebra se afunda expondo o globo ocular. No segundo a modificação no formato da pálpebra se voltando para dentro favorece o contato dos cílios e pêlos com a córnea, causando problemas na visão. Normalmente se manifesta quando o cão completa um ano de vida, e sendo grave deve haver correção cirúrgica.
Cão com entrópio - Doença genética em que a pálpebra inferior se volta pra dentro.

O glaucoma, conhecida doença de proprietários de pequenos animais, é uma doença caracterizada pelo aumento da produção de humor aquoso ou dificuldade na drenagem desse líquido produzido, causando muitas vezes o aumento da pressão ocular, que durante um tempo prolongado podem lesionar o nervo optico e tecidos oculares.
Olho de cão com glaucoma - Mais uma doença hereditária relacionada com visão ou olhos.

Tratando mais especificamente do nosso tema, as patologias ou doenças relacionadas com o sistema imunológico, podemos citar as mais conhecidas: as alergias.
As alergias são disturbios do sistema imunológico, que reage com uma hipersensibilidade local ou sistema a um patógeno.
Podemos classificar as alergias como 4 tipos:
- Alergia do tipo I ou hipersensibilidade mediada pela IgE (de reação imediata);
- Alergia do tipo II ou hipersensibilidade mediada por anticorpo (citotóxica);
- Alergia do tipo III ou hipersensibilidade mediada por imunocomplexo;
- Alergia do tipo IV ou Hipersensibilidade mediada por células (linf. T) ou retardada;
Alergias podem ter várias causas.

A rinite alérgica, um tipo de hipersensibilidade mediada pela IgE (alergia I) é conhecida de veterinários que trabalham com produção, pois afeta o desempenho muscular dos animais. Existem relatos de rinite alérgica que agravam o quadro de animais que estavam sofrendo de ataques de asma (outra alergia do tipo I).
A rinite alérgica, por ser relativamente comum no dia a dia do médico veterinário, precisa ter seu mecanismo compreendido. O mecanismo de funcionamento da rinite alérgica é o seguinte:
Em todas as alergias do tipo I, os anticorpos IgE se ligam aos mastócitos, que após essa ligação começam a se granular, ou seja, produzirem grânulos cheios de histamina.
Depois, um anticorpo multivalente se liga as IgEs e promove a degranulação dos mastócitos e sua consequente ativação, ou seja, esses grânulos são liberados dos mastócitos para o meio, promovendo vasodilatação (para a chegada de outras células imunológicas), permeabilidade vascular (para que células apresentadoras de antígenos possam chegar a órgãos linfóides e para permitir a passagem de anticorpos) e inflamação tissular (com a presença destes outros sintomas).
Até ai estamos falando de organismos normais.
Então em um organismo alérgico...
A produção de histamina é excessiva em órgãos envolvidos com a presença desse antígeno. Pessoas alérgicas a poeira por exemplo, tendem a ter essa resposta imunológica nas vias aéreas superiores e inferiores.
Para tratar alergias locais e sistêmicas do tipo I, ´comum que o médico veterinário sugira unguentos, cremes, pomadas, ingestão de medicamentos que visam diminuir a produção de histamina, bem como tratamentos com medicinas alternativas, das quais a homeopatia costuma ser mais indicada.
Alergia do tipo I - mecanismo de ação. A alergia do tipo I é bastante comum em animais de estimação e de produção.

Na alergia do tipo II ocorre quando o antígeno está aderido a célula, o que promove uma cascata de reações que culminam com a destruição da célula. Esse tipo de alergia é comum tanto em animais de produção quanto de compania, e ainda mais comum em alergias alimentares, que geralmente se manifestam no trato gastrointestinal.

A alergia do tipo III ocorre quando o alérgeno forma um complexo com os anticorpos e é fica depositado em tecidos, ativando o sistema do complemento e a cascata de reações que culminarão na alergia dos tecidos cutâneo e subcutâneo da onde o complexo está inserido. São alergias do tipo III doenças auto imunes, alergias alimentares, como colites e dermatites.

Artrite reumatóide em cães - exemplo de doença auto imune, hipersensibilidade do tipo III.

Já a alergia do tipo IV é local e acontece no local onde o antígeno entrou em contato com o animal. É comum animais com alergias a picadas de insetos e que apresentam inflamação local, prurido e inchaço em regiões com picadas.

Animais podem apresentar alergias a insetos.

Bom, é isso, gente.
Esperamos que o post de hoje tem sido legal e esclarecedor!
Deixem seus comentários e até a próxima, onde trataremos de doenças imunológicas relacionadas a vírus e causas variadas!
Até quinta!
Equipe imunologando.

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