sábado, 21 de agosto de 2010

Saúde do sistema imune

Depois de muitas semanas aprendendo sobre imunologia de fetos e neonatos, chegamos ao nosso último post.

Para terminar, preparamos umas dicas bem legais pra manter o sistema imune do seu bichinho saudável seja ele filhote ou não, e uma seção pra você se cuidar também pra que vocês possam curtir muitos momentos juntos, felizes e saudáveis.

Já falamos da importância da alimentação no desenvolvimento do feto, e essa deve ser uma preocupação para depois que ele crescer também. A escolha da ração adequada deve ser acompanhada por um médico veterinário, assim como o uso de vitaminas e outros componentes para complementar a dieta dele.

No mercado existem várias rações separadas de acordo com tamanho do animal, idade, raça, problemas alérgicos, peso, tipo de pelagem etc. Além de observar essas características, a qualidade dos ingredientes também deve ser confiável, para que os resultados esperados condigam com os descritos na embalagem. Cada fase da vida do animal requer maiores concentrações de ingredientes diferentes, levando em consideração o estado clínico do animal.

Existem algumas outras classificações gerais das rações:
Rações “de Combate”: tem preço baixo e qualidade menor ainda.
Rações “Standard”: o preço é um pouco maior, porém a qualidade ainda é baixa.
Rações “Comerciais”: atraem os proprietários pelas propagandas e embalagens coloridas, têm deficiência na qualidade dos ingredientes.
Rações Premium: são rações de qualidade e com preço acessível, porém não previne tártaros e doenças que podem ser prevenidas com alimentação adequada.
Rações High-Premium, Premium Plus ou Premium Especial: são rações Premium melhoradas, atuam na digestão, nos dentes, articulações, prevenindo doenças.
Rações Super Premium:são rações de primeira linha e são as que suprem melhor as necessidades dos animais, porém tem alto custo.

Agora que você já sabe como escolher a ração do seu melhor amigo, não pode esquecer de observar o que anda comendo. A nova pirâmide alimentar pode te ajudar:






Os animais, assim como nós precisam de atividade física, se você está numa fase sedentária que tal arrumar um tempinho pra vocês passarem juntos e ainda se exercitando?
Se você mora em apartamento, seu bichinho precisa sair para passear, se mora em casa e ele tem espaço, você pode brincar com ele em casa mesmo.
Para minimizar o estresse atividades físicas são aconselhadas. Assim, os dois ficaram mais tranqüilos e terão um sistema imune mais eficiente.








O estresse é um fator importante que altera o funcionamento do sistema imune. Ele pode ser físico: correr, subir escadas ou até mudanças de temperatura, ou psicológico: brigas, preocupações, ansiedade e também atinge seu animal. As infecções podem também ser consideradas como um tipo de estresse.

Patógenos ao infectarem o organismo promovem a liberação de citocinas por macrófagos e leucócitos na fagocitose. As citocinas são imprtantes moduladores celuares, ou seja, influenciam na ação da célula que a secretou ou de outras. Elas atuam em reações inflamatórias e citotóxicas e quando em excesso prejudicam o organismo pois estão envolvidas em lesões.

Essas situações causam reações hormonais que se iniciam lá no hipotálamo na porção simpática do sistema nervoso autônomo alterando a produção e liberação de hormônios que vão conduzir determinado respostas celulares.




Gatos também adoram brincar

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A toxoplasmose

Bom dia, seguidores do imunologando! Hoje entramos na reta final dos nossos posts, já que, felizmente para alguns e infelizmente para a equipe, o semestre acaba em setembro! =(
Bom, então vamos aproveitar nosso post.
Hoje falaremos sobre a toxoplasmose, doença causada por um protozoário chamado Taxoplasma gongii e que pode se manifestar tanto em humanos, quanto caprinos, suínos, aves, felinos, cachorros e até, acreditem ou não, porquinhos da índia!
O protozoário Taxoplasma gongii possui três formas distintas, como a maioria dos protozoários parasitas. A primeira, oocisto é a fase em que o protozoário está no ambiente, protegido das intepéres ambientais (variação de PH, acidez do meio, condições ideias de vida). Depois de ingerido pelo felídeo, a acidez estomacal dissolve a cápsula do oocisto, o que é bom para o protozoário, que poderá penetrar células do intestino. Nesse momento em que ele se liberta do cisto, dá origem aos bradizóitos que se reproduzirão assexuadamente e que depois darão origem as linhas sexuadas, os taquizoítos, que se reproduzirão dando origem aos oocistos e começando o ciclo novamente.
A infecção pode ocorrer através dos nossos lindos gatinhos que temos em casa, mais precisamente pelo contato com suas fezes contamina


das, água ,alimento ou mão. Também pode ser transmitidas por carne mal cozida que tenha cistos de taxoplasma, pela placenta ou até inalação de oocistos esporulados, que são os cistos produzidos por reprodução sexuada.

Mas como eles se reproduzem nos mamíferos, espeficificamente?
Ao penetrarem no organismo eles se direcionam ao epitélio intestinal onde se reproduzirão de forma assexuada e posteriormente de forma sexuada. Entre um e cinco dias é o tempo necessário para que os oocistos se tornem esporulados e assim desenvolvam as características infecciosas e para que possam resistir por meses no ambiente. Ele também é resistente a desinfetantes, congelamento e secagem.

Na mucosa intestinal ele se reproduz rapidamente e após várias divisões sucessivas origina os merozoitos, que vão infectar outras células, inclusive macrófagos. É por meio delas que o taxoplasma alcança os gânglios linfáticos regionais e pela sua irrigação causa parasitemia (multiplicação do agente no sangue circulante), direcionado o microorganismo para as áreas de células nervosas, musculatura estriada cardíaca e esquelética e sistema nervoso.

Figura detalhada de como a toxoplasmose age no organismo.

Como resposta imunológica há aumento no número de IgM relacionada a imunidade imediata e logo em seguida a imunidade retardada promovida por células do sistema retículo endotelial, que se acontecer de forma eficiente acarretará na destruição do microorganismo.

Pode ocorrer também de o animal afetado não manifestar nenhum sintoma da doença, se tornando um portador assintomático, mesmo assim há multiplicação dos cistos intracelularmente, o que mantém o estímulo do antígeno. Se houver algum tipo de agente que promova a liberação dos cistos (medicação imunossupressora ou doenças intercorrentes) do interior da célula, a doença pode se manifestar.

Aqui vemos como fazer exames específicos para toxoplasmose, que células do sistema imune são indicativas dessa infecção.

Já vimos doenças congênitas em posts anteriores, e a toxoplasmose é outro exemplo delas, que pode gerar: conjuntivite, microftalmia, uveite, hemorragias retinianas, opacificação dos meios líquidos do olho, retinocoroidite.

Como a toxoplasmose pode atingir fetos humanos.

No cão a doença se manifesta de modo semelhante a cinomose: transtornos gástricos, cerebrais e pneumônicos; e os cães jovens (entre 2 meses e 2 anos), são também mais susceptíveis de adoecerem de forma aguda, diferentemente dos animais mais velhos, nos quais , tem caráter prevalentemente crônico.

Para leitões as manifestações são: eczema de pele, vertigens, debilidade, dispnéia,tremores musculares e tumefações testiculares, assim como febre alta com pneumonia, enterites e nefrites, suínos normalmente apresentam a doença de forma latente.

Em gado também é comum a forma latente, às vezes observa-se: apresentando-se febre, com respiração acelerada e dispnéia, tosse, rangidos de dentes, inapetência ou decúbitos permanentes.

Os gatos têm os seguintes sintomas: além da febre, tosse, tumefações ganglionares e mesmo encefalites, os intestinos apresentam-se ulcerados e necróticos, e nos pulmões são encontrados nódulos que podem ter o tamanho de um verme.

Lebres e coelhos também são susceptíveis e apresentam: apatia, possibilitando a capturara com facilidade. Nestes, em caso da doença generalizada, os gânglios linfáticos apresentam-se tumefeitos, assim como o baço; pulmões edematosos e hiperê-micos, e o fígado semeado por focos necróticos.

A doença também acomete as aves, que manifestam: alterações observáveis no sistema nervoso central: estupor, apatia e permanente isolamento de suas companheiras, além de debilidade, movimentos retrógrados (andar para traz) ou circulares, transtornos do equilíbrio, contraturas musculares espasmódicas, cãibras, e tombos ao tentarem se locomover, demonstrando encefalite. Aliam-se ainda sintomas de gastroenterite, com diarréia, e mais tarde miocardite e corioretinite. Pelo fato de existirem nesses casos, pseudo-cistos nos ovários, há a possibilidade da passagem do parasita aos ovos das aves.

Em humanos não há necessidade de tratamento, a não ser no caso de gravidez.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A rubéola

Olá, queridos seguidores do imunologando!

Essa semana pedimos uma "licensa poética" para tratarmos de um assunto que não é necessáriamentecorrelacionado a veterinária, mas nos servirá para fazer uma introdução aos próximos posts. A rubéola não é uma doença tratada por veterinários, mas nos servirá, por ser tão bem estudada pela medicina, para explicarmos a toxoplasmose, a raiva e... epa! não vamos entregar o ouro! Acompanhem os próximos e verão! ;D
A rubéola é uma doença do tipo exantema, ou seja, uma doença que apresenta manchinhas, ou petéquias, vermelhas na pele.

Exantemas característicos de rubéola na pele de uma criança.


Causada por um vírus da família Togaviridae, ou seja, vírus de RNA, a rubéola é uma doença que normalmente não tem muitas consequências, mas se estamos falando de grávidas, neonatos e fetos, as coisas são diferentes.

Vírus da rubéola - tão simples!

Vamos imaginar primeiro um indíviduo sadio e adulto contraindo a rubéola. O que acontece é que o vírus depois de penetrar seu hospedeiro vai diretamente para a faringe e órgãos linfáticos, onde começa a se multiplicar, depois segue para a pele onde começam a aparecer os exantemas.
Esse tipo de infecção viral da rubéola é do tipo aguda, ou seja, há a grande liberação de vírus no organismo que ao ser infectado não apresenta um período de latência. Além disso, são vírus extremamente citopáticos, que apresentam sintomas locais importantes.
Partindo dessa caracterização, vamos entender como o vírus vai atingir o sistema imune. As células alvo após serem penetradas pelo vírus, liberam o Int alfa e beta.
Lembram-se dos interferons? Proteínas produzidas pelo próprio organismo para sinalizar a invasão por organismos estranhos? Esses interferons serão a chave para a resposta imune, que no caso do alfa e beta terão três frentes.
A primeira será sensibilizar as células da periferia da infecção a ativarem o estado anti viral intracelular. Além disso, os Int alfa e beta ativam as células dendríticas e as células NK, sendo que essas últimas podem ser ativadas diretamente pelo INT alfa e beta ou pela interleucina 12 produzida pelas células dendríticas, da mesma forma que as células dendríticas podem ser ativadas pela interleucina gama produzidas pelas NK.
Depois de ativadas, as NK produzirão o interferon gama, responsável pelo recrutamento de macrófagos e neutrófilos, que fagocitarão e limparão o local da infecção.


Como acontece a resposta imunológica no organismo saudável.

Ok, mas o que acontecerá no organismo gravídico?

Nos humanos o vírus da rubéola encontrou uma passagem para o feto – o cordão umbilical.

No organismo gravídico as respostas imunes já estão diminuidas, como já falamos aqui no blog (e mais de uma vez!!!). E no caso de humanos a placenta é permeável para o vírus, que ao chegar ao feto encontra um organismo ainda não de todo forte imunologicamente. Então esse vírus começa a se replicar, imunizando suas imunoglobulinas, que acabam causando um estrago na formação do feto ou neonato. Por exemplo, se o vírus começa a se replicar no sistema nervoso central, as consequências serão hidrocefalia, meningoencefalia, apoplexia, irritabilidade, microencefalia...

Catarata em neonato pode ser consequência de rubéola durante a gravidez.

Mas a rubéola também pode causar: prematuridade, aborto espontâneo, no caso de nascimento o neonato pode apresentar baixo peso.

As manifestações imediatas podem ser oculares ou sistêmicas, sendo que as oculares podem incluir córneas nubladas, cataratas, coriorretinites, retinite pigmentosa, microftalmia.

As sistêmicas vão desde hepatomegalia (aumento no fígado) até icterícia, passando por dilatação do baço e problemas cardiovasculares.

Bom, colegas, é isso por hoje! Esperamos que vocês tenham gostado e aprendido como o corpo se defende de infecções virais! Próximo tema teremos Toxoplasmose e retomaremos a nossa visão veterinária da imunologia!
Esperamos que vcs tenham gostado!

Comentem, dêem sugestões e até a próxima!

Equipe Imunologando.


obs) pedimos desculpas pela edição de texto desse blog, mas o blogger pirou! =)