quinta-feira, 17 de junho de 2010

Integrando a imunização

Olá pessoal! No post anterior, tratamos sobre o colostro e sua função essencial na imunização do nosso pequeno neonato nos primeiros momentos de vida.
Ao pensarmos em um recém-nascido, temos em mente a necessidade constante de cuidados e o resguardo do neonato, com forte dependência da mãe, pois é a imagem que preservamos do ser humano em seus primeiros meses de vida. Mas, em geral, mamíferos adquirem independência com relativa rapidez. Por exemplo, pequenos carnívoros e camundongos dão seus primeiros passos em poucas semanas, e animais que possuem cascos, em apenas algumas horas! É então evidente que a base imunológica que vem da mãe é imprescindível para sua sobrevivência, mas é essencial que o corpo providencie caminhos para, em pouco tempo, dar conta de defender-se sozinho.

Potro com apenas 2 dias

Veremos então, de uma maneira integrada a ação contra patóenos da imunidade inata e específica em neonatos.

Ao primeiro contato do neonato com o mundo, ele tambm está sendo exposto a agentes patógenos, mas se tudo estiver funcionando bem, ele não precisará se preocupar. O patógeno está diante de uma verdadeira fortaleza. As barreiras anatômicas, formadoras da imunidade inata, como explicado anteriormente, dificultam a entrada de corpos estranhos, através da pele, mucosas íntegras, cílios e até mesmo espirros! Caso a barreira física seja ultrapassada, o organismo do neonato, associado à ingestão do leite materno, estarão cuidando para que haja o desenvolvimento dos primeiros contatos químicos, proveniente de enzimas, como as lisozinas, que se apresentarão na saliva, suor e lágrimas e pepsinas no intestino, além de muco, ácidos graxos para retardamento da invasão patogênica. Se não houver a eliminação do agente, se instalará, pela primeira vez, a reação de fagócitos, ainda provenientes do leite materno. Se o organismo ainda conseguir atravessar mecanismos da imunidade inata, a imunidade específica já estará a postos para ajudar.

Na verdade, para se considerar as próximas etapas de imunização do neonato, deve-se ter em mente que seus órgãos linfóides estão em pleno desenvolvimento, especialmente os órgãos linfóides secundários, que dependem do timo para serem preenchidos por suas próprias células T e que sua imunidade adaptativa ainda será em parte passiva, ou seja, com a ajuda de vias externas de imunização específica.
É especialmente o leite materno que irá prover a saúde do nosso recém chegado por um longo período (como visto no post anterior). Isso é facilmente compreendido quando analisamos um breve panorama desse alimento: Na mãe, linfócitos B ativados migram para os tecidos epiteliais da mama, liberando anticorpos, que entram nas glândulas mamárias e se integram ao leite, junto a células fagocitárias, moléculas como as lisozinas (citadas anteriormente), ácidos graxos (capazes de romper membranas que envolvem certos vírus) e diversas proteínas.
No trato digestivo do neonato, eles já podem iniciar a sua ação, ficando de guarda para evitar que patógenos penetrem no intestino, e ainda iniciam chegam à circculação, chegando a outras áreas.
É interessante também notar que no neonato o Timo (órgão linfóide primário), se encontra em seu ápice de tamanho em relação a seu corpo, e está recebendo pró-linfócitos produzidos na medula de todos os ossos do animal, a fim de transformá-los em linfócitos T, criando seu próprio exército imunológico!
O famoso linfócito T

Fica claro, então, que nosso neonato nasce inaugurando sua imunidade inata, adquirindo passivamente a imunidade específica e estimulando o desenvolvimento de suas próprias células, sendo ainda depende imunologicamente de sua mãe para se livrar de invasores, mas com seus órgãos linfóides trabalhando a todo vapor.

Então é isso pessoal!
Abraços, equipe do imunologando!

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